Curiosidades sobre o artesanato do Jequitinhonha que você pode gostar!
Curiosidades sobre o artesanato do Jequitinhonha que você pode gostar!
O artesanato do Jequitinhonha é um dos maiores símbolos de Minas Gerais quando falamos da arte mineira.
São peças únicas, criadas à mão, que carregam consigo muito mais que a habilidade das artesãos. É a nossa história, personalidade das mulheres envolvidas e ensinamentos compartilhados de geração em geração.
Neste material, separamos algumas curiosidades sobre essa arte, que temos certeza que você ainda não sabia. Para conhecer, continue a leitura!
Onde é feito o artesanato do Jequitinhonha?
O artesanato do Jequitinhonha é produzido no Vale do Jequitinhonha, uma região conhecida como sertão mineiro, composta por 55 municípios.
Essa também é considerada umas das regiões mais pobres do estado de Minas Gerais, marcada pelos menores índices de desenvolvimento, e claro, pelas agressões provocadas pelas mineradoras de carvão, que agridem o ecossistema do local.
Mas no meio desse cenário árido, surge espaço para a construção de uma cultura repleta de riqueza, de música, verso, viola e arte com as mãos.
Assim como a agricultura familiar, o artesanato é, talvez, a principal atividade com a qual os moradores tiram o seu sustento.
No Vale, três comunidades se destacam: Campo Alegre, Coqueiro Campo e Campo Buriti, localizadas entre as cidades de Minas Novas e Turmalina.
Das mãos das mulheres desses locais saem as moringas, os filtros de barro, vasos, bonecas e outros objetos decorativos, ambos, produzidos à mão com o barro da região.
Um projeto com responsabilidade ecológica
A preocupação com o ambiente em uma região já degradada pela exploração de carvão e pelo uso descontrolado do fogo está presente na vida das “mulheres do barro”.
Só para você ter uma ideia, a matéria-prima usada para a produção do artesanato do jequitinhonha é extraída a cada dois anos, com o intuito de não prejudicar o solo, já sofrido com a seca.
O barro é levado para casa, socado em um recipiente conhecido como gangorra, peneirado e picado até alcançar o ponto de modelagem.
A pintura é feita à mão e não usa nada artificial
O artesanato do jequitinhonha é marcante, não é mesmo?
A flor do deserto é uma das características fortes da arte mineira dessa região e está presente em praticamente todas as peças.
Os tons de branco e vermelho deixam as peças ainda mais típicas. É só bater o olho, mesmo que de longe, que dá para conhecer que a peça veio do barro do Jequitinhonha.
Mas como é o processo de criação manual de cada item?
A pintura dos elementos, sejam as flores ou as formas, é feita de forma manual com um pigmento natural obtido do oleio, que nada mais é que o barro diluído na água.
O tauá, um tipo de argila, dá o tom avermelhado para a peça enquanto que a tabatinga, um tipo de barro, confere a coloração branca.
Durante o processo de pintura, as mulheres utilizam pedaços de pano, palitos e até penas de galinha para fazer os desenhos.
A peça fica no forno a lenha por até 12 horas
Depois de serem decoradas, as peças são queimadas no forno a lenha.
Esse processo leva em torno de 12 horas e ajuda o barro a ganhar mais firmeza.
Mesmo com toda delicadeza e habilidade das mulheres, o item cru é muito frágil, por isso a necessidade de queimá-lo no forno.
Um ensinamento compartilhado de geração em geração
Uma das coisas que deve orgulhar qualquer mulher é que o artesanato do Jequitinhonha é criado pelas mãos femininas.
E isso dá uma charme a mais a qualquer peça, uma vez que elas levam toda a delicadeza, personalidade e feminilidade das envolvidas.
Aliás, esse é um trabalho cultivado de geração em geração e que foi aprendido lá atrás com as antepassadas que viviam na região.
Eram mulheres indígenas que criavam cumbucas para uso doméstico e até urnas funerárias.
Ao longo dos anos, isso foi transmitido entre avós, mães e filhas, reforçando ainda mais a preservação de valores importantes, como o trabalho, a família, o companheirismo e o amor.
Gostou desse conteúdo sobre o artesanato do Jequitinhonha? Conheça a nossa coleção exclusiva de peças produzidas à mão pelas “mulheres do barro”.