Fale com a Vó Olívia
Escolha um dos canais de contato (32) 3489-0248 sac@voolivia.com.br Horários de Atendimento De segunda a sexta, das 8h às 18h. Sábados das 8h às 12h.
Sacola de Compras

* Calcule seu frete na página de finalização.

* Insira seu cupom de desconto na página de finalização.

06/07/2022

Conheça a história e a importância da arte do Jequitinhonha

Muito se ouve por aí que o Vale do Jequitinhonha é uma das regiões mais pobres de Minas Gerais. De fato, a maioria das cidades pertencentes à região, possuem os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado. 

 

Contudo, existem outros aspectos positivos que os moradores do Vale podem se vangloriar. Por exemplo, foi lá que surgiu o maior expoente do artesanato mineiro e, se não, o maior do Brasil.

 

A região é rica em belezas naturais, em cultura e arte, o que faz com ela seja um desejo de muitos brasileiros quando o assunto é viajar. 

 

Pronta para conhecer mais sobre o artesanato do Jequitinhonha? Continue a leitura!

A história do artesanato do Jequitinhonha

 

O Vale do Jequitinhonha é composto por 5 microrregiões: Almenara, Araçuaí, Capelinha, Diamantina e Pedra Azul.

 

São cerca de 80 municípios e mais de 1 milhão de pessoas vivendo nas cidades.

 

O cultivo agrícola, a pecuária e claro, o artesanato, são as principais fontes de renda da população.

 

Mas por qual motivo uma região sofrida e castigada no passado pela mineração e extração de diamante, se tornou um dos pólos criativos do Brasil?

A mudança surge a partir da necessidade

 

A resposta tem a ver com a facilidade em se adaptar em situações adversas.

 

É preciso voltar no tempo, sobretudo, na primeira metade do século passado, para contar como tudo iniciou.

 

Por ser uma região carente, havia-se uma dificuldade em conseguir emprego na região do Jequi.

 

Isso obrigava os homens, naquele tempo, chefes de família, a rumarem para outras regiões, como Rio de Janeiro e São Paulo em busca de emprego, enquanto as mulheres e crianças permaneciam nas cidades mineiras.

 

O que fazer para manter a família com o mínimo de dignidade e alimentada?

 

Foi com esse pensamento que as mulheres do Vale começaram a enxergar no único recurso abundante da região, a oportunidade de melhorar suas vidas e gerar renda.

 

Nas mãos das artesãs, a terra seca se transformava em arte.

 

Só para você ter uma ideia, no início, as peças criadas não tinham o cunho comercial.

 

Elas eram produzidas de forma utilitária e trocadas por alimentos durante as feiras que aconteciam nas cidades.

 

As mulheres criavam potes, vasilhas e panelas.

 

O cultivo da arte trouxe mais autonomia para as mulheres que, consequentemente, começaram a liderar suas famílias, além de revelarem seus dotes artísticos para cada vez mais pessoas.

 

A virada de chave

 

A grande mudança aconteceu no início dos anos 70, elevando o patamar do artesanato do jequitinhonha.

 

As mulheres começaram a produzir peças decorativas, como animais e as tão conhecidas bonecas do Jequitinhonha.

 

Em virtude do êxodo dos maridos que buscavam uma vida melhor em outro estado, elas receberam o apelido de Viúvas de Marido-Vivo ou Viúvas Secas.

 

O talento empregado em cada produção permitia a construção de peças únicas e ricas em detalhes.

 

Dona Izabel, uma das pioneiras

 

Izabel Mendes da Cunha foi uma das pioneiras no assunto.

 

A ceramista, extremamente habilidosa com o barro, começou a moldar a matéria-prima ainda pequena ao lado de sua mãe e avó.

 

O talento era grande e contribuía para a criação de peças criativas e bem acabadas.

 

Do sucesso com presépios, ela começou a fazer bonecas.

 

Com penteados, com crianças nos braços, olhos azuis, pele negra, branca ou com vestido.

 

O que a sua imaginação mostrava, ela fazia.

 

Aos poucos, as peças foram aumentando de tamanho, formas e começaram a ganhar o Brasil.

 

De geração para geração

 

Dona Isabel faleceu em 2014, mas seu legado permanece aqui na terra.

 

Compartilhou o que sabia com seus filhos e com a comunidade a qual estava inserida. 

 

Estimulou outras artesãs a fundarem as suas associações, como é o caso da presente em Santana do Araçuaí.

 

E o que falar de outras mulheres, pouco conhecidas, que também fizeram o mesmo?

 

A história da arte do Jequitinhonha é repleta de capítulos e aprendizado compartilhado.

 

Hoje, o cenário é um pouco mais confortável socialmente e economicamente.

 

Nem todas saíram da desigualdade, da vida difícil, mas as mulheres do Vale conseguem levar a sua arte para outros cantos do mundo e são valorizadas por isso.

 

E se você chegar em alguma delas e perguntar: como foi que aprenderam isso?

 

Sempre terá uma resposta parecida: foi minha mãe que ensinou, foi minha vó que me mostrou.

 

Agora, os maridos não partem em busca de emprego em outros estados. Eles ajudam na produção. 

 

E se você achar que tem um dom artístico e quiser produzir as suas próprias peças de barro, você pode visitar as artesãs e colocar a mão na massa.

 

Gostou do nosso conteúdo sobre o Jequitinhonha? Veja mais sobre o artesanato de Minas Gerais em nosso blog!